O Terno – Atrás / Além
Tim Bernardes, Biel Basile e Guilherme D’Almeida estão de volta depois do bem sucedido Melhor do que parece (2016) e do lindíssimo álbum solo de Tim, Recomeçar (2017). Atrás/Além parece ser uma evolução desses dois trabalhos. Com arranjos bem delicados e imersivos e letras reflexivas, o disco tem como temática principal a maneira como as novas gerações lidam com o tempo e os conflitos da vida moderna, denota um fim de ciclo e o início de algo novo tanto para a banda como para a vida em geral. O primeiro single, “Pegando Leve”, sintetiza bem essa temática, retratando os percalços de um “jovem anos 10”, tendo que lidar com um ritmo frenético e conflitos internos: “Quero descansar / Mas também quero sair / Quero trabalhar / Mas quero me divertir / Quero me cobrar / Mas saber não me ouvir / Quero começar / Mas quero chegar no fim”. Destacam-se também “Tudo o que eu não fiz”, a faixa título “Atrás / Além”, “Passado / Futuro”. O disco fala também do amor e do tempo na perspectiva de relacionamentos, lembrando a temática do Recomeçar. É o que acontece em “Volta e Meia”, “O Bilhete” e “Pra Sempre Será”. Seguramente o novo disco de O Terno já é um dos melhores do ano e mostra que a banda é uma das mais criativas e inteligentes do cenário musical brasileiro atual.
Pitty - Matriz
A roqueira baiana está de volta com um álbum que preza pela diversidade e resgata raízes regionais que estão mais atuais do que nunca. Em Matriz, Pitty dialoga com o reggae e com sons e ritmos nordestinos que possibilitam uma renovação e um enriquecimento do roque clássico da artista, além de promover grandes parceiras da música baiana, como Lazzo Matumbi, Larissa Luz e BaianaSystem e as participações indiretas de Dorival Caymmi e Gilberto Gil através de samples. Outro ponto importante é que esse é o primeiro disco de Pitty após a maternidade e essa grande transformação fica mais evidente na faixa Submersa. Destacam-se também o Single “Te Conecta”, “Bicho Solto”, “Noite inteira”, “Ninguém É de Ninguém”, e “Motor”, composição de Teago Oliveira, da banda baiana de rock, Maglore. Matriz é um disco plural e maduro que mostra como Pitty tem evoluído em sua competente trajetória que vem desde 2003 com o sucesso de Admirável Chip Novo.