Destaques do fim de 2017

Tulipa Ruiz – TU


Em seu quarto álbum de estúdio, Tulipa Ruiz se despe da grande instrumentalização e dos sintetizadores para trazer um trabalho mais intimista e minimalista. TU é composto por nove faixas sendo quatro regravações e cinco inéditas, todas com uma roupagem acústica que dão destaque a voz da cantora e um tom mais despretensioso, um desejo de Tulipa e de seu irmão e parceiro musical Gustavo que surgiu durante os Shows da turnê Dancê, quando começaram a tocar versões acústicas de algumas músicas e perceberam uma reação diferente do público. O primeiro single, “Game” é um inteligente jogo de palavras com o verbo gamar, em “terrorista del amor” fala com leveza e suavidade de liberdade. Destaca-se também “Pólen”, feita do zero exclusivamente por Tulipa.

Sam Smith – The Thrill of it All


Depois do grande êxito com “In the Lonely Hour” O cantor britânico está de volta com seu segundo álbum. “The Thrill of it All” é essencialmente romântico assim como na estreia mas demonstrando uma maior maturidade, Sam traz 14 baladas envoltas na mistura de Soul, com blues formando um pop clássico, com letras fortes sobre relacionamentos e suas complexidades. O primeiro single “Too Good at Goodbyes” é tem uma excelente produção de  Jimmy Napes e Steve Fitzmaurice, que vai evoluindo de forma crescente começando pelo piano indo até o acompanhamento do coro, “Say It First” é mais contida e se aproxima mais do hip hop, outro destaque é “Him” que retrata um menino se assumindo gay para o pai e representa um canto de resistência.

Tim Bernardes – Recomeçar


O guitarrista e vocalista da banda O’Terno se aventura em um projeto solo, onde ele assina sozinho em praticamente tudo. “Recomeçar” é um turbilhão de emoções, mas ao mesmo tempo muito delicado e sensível, a melancolia permeia todas as 13 faixas onde Tim Bernardes expõe suas dores, seus sentimentos mais obscuros, enche cada verso e cada nota de muito significado tornando difícil de Mensurar a quantidade de sentimento da obra. Em alguns momentos o ouvinte chega a se deparar com duvidas e medos muito primitivos e se reconhece também naquela dor. As referencias são muitas e de várias épocas, dá pra notar Beach Boys, Mutantes, Clube da Esquina, Beatles e até de bandas Folk do cenário atual. Outro destaque do álbum é a harmonia entre as músicas e a ordem em que aparecem, formando uma história com inicio meio e fim começando em “Abertura” e terminando em Recomeçar, fechando assim de forma cíclica. Vale ressaltar também, “Tanto faz”, que fala de um sentimento coletivo de descrença presente em abundância no nosso país atualmente e “As Histórias do Cinema” que fala do choque de realidade entre o fim do filme e a volta para a vida cotidiana.