O mundo é Itabaiana


Quando o comerciante Francisco Tavares da Costa (Fefi), biografado recentemente por mim, afirmou em uma reportagem de jornal que o Brasil era Itabaiana, ele quis dizer que nosso município estava acima de tudo, se comparado ao país. Guardados às proporções, vou mais além e, em alguns aspectos, afirmo que Itabaiana é o mundo.          


Aqui, apesar de alguns entraves pertinentes, típicos ainda da província, tudo flui, e aqueles que não se adequam a evolução, morrem no tempo.


A história de Itabaiana se confunde com as revoluções do nordeste, apesar de nenhuma importância ser dada ao fato, por parte do poder público constituído. Foi a partir de Itabaiana que nasceu a Revolta dos Curraleiros, criadores de bois, que, revoltados com o governante de plantão, invadiram a Capital São Cristóvão e fizeram os donos do poder se curvar diante de suas reivindicações. Foi através de um movimento encabeçado pela Câmara de Vereadores de Itabaiana, sob o comando do Capitão José Matheus da Graça Leite Sampaio, numa tensa contenda coronelística e sob a proteção de jagunços vindos de Tacaratu-PE, que Sergipe, por fim, ficou independente da Bahia, num período em que todo o nordeste estava em ebulição política e social, pela autonomia de seu povo honrado, bravo e trabalhador.


Passado esse período, Itabaiana não parou, e o tempo fez surgir ousados empreendedores por este mundo a fora, a exemplo dos Paes Mendonça, entre outros. É de Itabaiana, a maior média universitária, a maior feira livre do Estado, o comércio mais dinâmico, o povo mais “girento” e mais ousado do mundo, a ponto de um construir no sertão o supermercado mais moderno do nordeste, e outro mandar edificar um shopping por conta própria. Além dos que investem e fazem outra cidade dentro da já existente. Antes  que esqueça, é de Itabaiana o único biógrafo e escritor a viver unicamente da venda de seus livros. Coisa de itabaianense.            


Itabaiana é isso. Capital Nacional, não dos caminhões, mas sim dos caminhoneiros, e nordestina do empreendedorismo. Itabaiana é luta. Palco de histórias revolucionárias e berço natural do trabalho, da arte, da cultura, da fé e da literatura. Não por acaso que se realiza em Itabaiana uma das mais movimentadas bienais de livros do Brasil, e guardados as proporções do mundo. Por isso essa afirmação: O MUNDO É ITABAIANA.