ITABAIANA: Grande Por um Lado e Pequena Por Outros

Não estou sendo radical e nem redundante nessa minha afirmação, muito menos em querer desmerecer os méritos de nossa grandeza. Mas o fato é que nem tudo em Itabaiana é como se festeja ser, e boa parte das vezes, passa-se mesmo é a impressão de ser uma coisa, quando é exatamente outra.

Sabemos que Itabaiana é importante no comércio e este desenvolvimento se deve a chegada da BR-235 e do arrojo político e administrativo de Euclides Paes Mendonça. Que somos um pólo agrícola e industrial de grande relevância, isso é fato, bem como a nossa tradição em aprovação universitária e eficiência dos nossos profissionais liberais, também. Que temos Casas Rotarianas, Maconarias e diversos outros clubes de serviços. Campeões no futebol e em tudo mais que disputarmos. A melhor feira do Nordeste e tudo de grandeza existe em Itabaiana. Também. Desde a década de 70 do século próximo passado, por iniciativa de nossas próprias tradições e não por decreto de quem quer que seja, que somos a CAPITAL NACIONAL, não do caminhão, como tentam impor, mas sobretudo do homem, do trabalhador, do ser humano caminhoneiro. Tudo isso e mais um pouco, tem feito de Itabaiana cada vez maior, em que pese certas amarras, que por si próprias emperra setores do nosso desenvolvimento.

Nos últimos anos, Itabaiana tem sido destaque Internacional através da literatura, graças a realização de sua bienal do livro e da ousadia de alguns de seus escritores, em tornar suas publicações além fronteiras, apesar das dificuldades decorrentes e da insensibilidade por parte de quem deverei lutar pelo resgate e preservação da história e da cultura, apesar de por meio da iniciativa privada, mantermos uma tradição todo dia 14 de cada mês. É exatamente neste ponto que Itabaiana continua cada vez menor, pois apesar de dispormos para o mundo, vultos históricos e culturais da estirpe de Lima Junior, Sebrão Subrinho, Alberto Carvalho, Maria Tethis Nunes, Serapião Antônio de Gois, entre tantos outros, estamos muito à quem dos valores e da memória que temos.

Tiro essas conclusões comparando a nossa grandiosa e portentosa Rica Itabaiana, com o tímido, empobrecido e esquecido município de Poço Redondo, onde ali, se localiza um dos menores I.D.H. do nordeste.

Entretanto, enquanto Itabaiana, se quer, discute como se deve, a existência e a história de suas grandes personalidades, Poço Redondo, sem qualquer financiamento público ou empresarial, mas por conta própria de um abnegado, e mesmo diante de tanta pobreza, implantou o seu MEMORIAL, aberto ao público, oferecendo pesquisas e agora, sendo referência e palco para a realização de um dos maiores eventos históricos e culturais do Nordeste, o SEMINÁRIO CARIRI CANGAÇO, que naquele torrão, será realizado em 2018.

Isso eu chamo de grandeza cultural, coisa que falta na maioria das cidades brasileiras e entre elas, em nossa Itabaiana, que poderia muito bem, como já tivemos por alguns meses, voltar em definitivo a termos nosso Memorial, ou melhor, a implantação do nosso CENTRO HISTÓRICO E CULTURAL, visto que tem sido graças a este meio, que somos positivamente destacados além fronteiras e principalmente através da literatura. De minha parte, apesar das críticas e da falta de apoio logístico, tenho humildemente procurado elevar o nome de nossa Itabaiana cada vez mais alto, pelo menos em nome da literatura e por meio da Academia Itabaianense de Letras, como tenho representado-as em Poço Redondo, Aracaju, Capela, Ribeirópolis, Piranhas, Água Branca, Penedo, Triunfo, Serra Talhada, Paulo Afonso, Floresta e Tacaratu, que abriram seus braços e nos acolheram através dos livros de nossa autoria sobre Itabaiana. Numa união de forças, poderíamos fazer mais, e transformar essa terra economicamente rica, na maior riqueza cultural de sua história, não apenas por meio da BIENAL OU FEIRA DO LIVRO, bem como através de PALESTRAS, SEMINÁRIOS E ARTES CÊNICAS, sobre nossos contextos culturais e os vultos da nossa história.

Portanto, sintetizando a polêmica, Itabaiana é conhecida internacionalmente em todos os aspectos e principalmente na literatura; mas no tocante a preservação da memória de seus vultos históricos e culturais, continua cada vez pequena, e pequena vai continuar, enquanto quem de dever, pensando pequeno, permanecer.