Como sobreviver da venda de um produto que não é de primeira necessidade?

A sobrevivência de um comércio está na sua necessidade para a sociedade consumidora. Os alimentos são o que mais se vende, pois todos nós comemos bem cedo, meio dia e à noite. E para não esquecer do comimento, toda hora estamos merendando. Depois vêm os produtos de uso diário, limpeza, vestuário e, num país onde a saúde pública é um zero a esquerda, os medicamentos também são bem vendidos. Em países civilizados e antenados com o pleno desenvolvimento moral, comportamental e intelectual, LIVROS, também é um produto de primeira necessidade, mas aqui no Brasil, tirando os didáticos, livros é coisa pra doido e alguns idiotas tiram chacotas com quem escreve livros. Imaginem os senhores, existir em meio à esta sociedade, alguém que alegue sobreviver da venda de livros. Sim, mas não se trata do dono de uma livraria, mas sim de um humilde escritor, que pensa, escreve, produz seus livros, vende pessoalmente e, na medida do possível, tem sobrevivido da venda desses seus produtos. E olhe que ele os produz sem qualquer patrocínio público.

Pois é amigos, esse fenômeno ocorre aqui mesmo em Itabaiana, na terra onde se come batata doce com cebola e banana, e o autor dessa proeza, com muito sacrifício e dores de cabeça, sou eu mesmo, graças a minha responsabilidade sobre o que escrevo, a aceitação popular do meu humilde trabalho literário e principalmente a setores do comércio itabaianense e a imprensa, que de uma forma ou de outra, muito tem contribuído para que sonhos literários se tornem realidade. Na verdade, muitos não acreditam que sobrevivo desse meu árduo e cansativo trabalho. Mas, considerando que não sou funcionário público e nem particular, não sou rico e muito menos aposentado, informo que minha única fonte de renda são meus livros e por isso sobrevivo de suas vendas. Ainda não é o que desejaria, pois apesar do sucesso que eles fazem desde que optei por essa maluca e subversiva filosofia de vida, há seis anos, continuo andando, a pé ou de carona, quando viajo em minhas pesquisas de campo por este nordeste à dentro, como também me falta um espaço onde possa ter sossego para raciocinar e melhor escrever. Coisa que com o tempo e com o apoio dos nossos queridos amigos e diletos leitores, espero conseguir em breve.

No mais, é dizer a todos que é possível, sim, vencer obstáculos e sobreviver da venda de produtos, mesmo não sendo de primeira necessidade, como são os livros aqui no Brasil. De modo que, com esse meu exemplo, estou também dando meu incentivo para que outros futuros escritores não desanimem e, assim como eu, vençam estes obstáculos e saiam a vender seus sonhos, como é tradição da nossa ITABAIANA GRANDE. Se só temos de dois em dois anos para mostrar nosso trabalho através da bienal de Itabaiana, pois nem o município e muito menos o estado, nos oferecem qualquer meio para tanto. Vivo sobretudo das biografias que faço e da venda de cada livro por mim pensado, pesquisado, editado, publicado e pessoalmente vendidos aos queridos e diletos leitores de Itabaiana, de Sergipe e também do sertão nordestino, onde sempre estou divulgando meu trabalho e representando a nossa querida Itabaiana, apesar de não contar com qualquer apoio logístico por parte de quem é de dever. No mais, é agradecer a Deus, ao carinho de todos e dizer que é possível, sim, sobreviver da venda de um produto que não seja de primeira necessidade, e quem estiver duvidando, é só vir pra Itabaiana e o fenômeno presenciar.