Os melhores do mês

Os três artistas comentados a seguir, têm em comum o fato de já terem uma carreira consolidada, mas sem perder o fôlego e surpreendendo a cada novo trabalho provando que talentos verdadeiros nunca se perdem e serão sempre inspiração para as novas gerações.

Frank Ocean – Blond

Frank Ocean ? Blond

Frank Ocean ? Blond

Depois de uma longa espera, o rapper retorna com um álbum, que atende a todas as expectativas. Blonde é o sucessor do celebrado Channel Orange e pode ser traduzido como uma viagem pela mente e pelos sentimentos do artista. Os arranjos das 17 faixas são minimalistas, o que dá um tom bastante intimista e introspectivo ao trabalho. As participações especiais de Beyoncé e Kendrick Lamar em  Pink  + White, e Skyline To são muito discretas, o foco está em Frank e na experiência que ele nos oferece. Há momentos muito sensíveis como em Self Control e Good Guy que expõem a fragilidade do artista, e momentos de auto reflexão em Be Yourself e Seigfried. As músicas tem bastante carga poética, dando margem a várias interpretações, como se Frank quisesse que cada um se conectasse com as experiências que ele expõe. A obra encerra com  Futura Free fazendo um apanhado de vários momentos da vida do artista e passando a sensação de estarmos em um sonho. Blonde é mais um dos grandes álbuns do ano e com certeza irá influenciar a música pop por muito tempo.

Zeca Baleiro – Era domingo

Zeca Baleiro ? Era domingo

Zeca Baleiro ? Era domingo

Décimo disco da carreira do cantor e compositor, Era Domingo demonstra que Zeca Baleiro mantem a criatividade com músicas bem humoradas e a mistura de ritmos característicos do seu legado. O álbum segue a vertente pop dos trabalhos anteriores e trás potencias hits como a faixa título e a romântica Balada do Oitavo Andar. O clima descontraído fica por conta de Ela parou no sinal, Desejo de Matar e Ultimamente Nada. Uma das composições mais bonita da safra é Homem só com participação de Marcelo Lobato d’O Rappa e Ellen Oléria dando um tom de doçura aos vocais. Para Esse albúm, o cantor contou com ajuda de vários produtores (um para cada faixa), o que contribuiu para a variedade de sons. Apesar de mais contido, Zeca Baleiro continua se mantendo relevante no cenário pop musical brasileiro.

M.I.A – AIM

M.I.A ? AIM

M.I.A ? AIM

Este é o quinto álbum da rapper britânica de origem tâmil (Sri Lanka) e mostra que ela continua afiada em suas composições. A mistura de ritmos orientais já conhecida se junta com as fortes letras com temas sócias e engajamento político. M.I.A toca o dedo na ferida em músicas como Borders e Go Off que fala da crise dos refugiados na Europa, faz referência a Prince e a cultura do sul da Ásia em Bird Song, e une seu estilo alternativo ao popular  Zayn Malik em Freedun. AIM é F forte, contundente, honesto, inspirador, original é uma explosão do jeito que só M.I.A sabe fazer.