Arte, Comércio e Literatura em Itabaiana

Farinha do mesmo saco

Farinha do mesmo saco, nesse caso, é dizer que a arte, o comércio e a literatura andam juntos e tanto faz um quanto os três. Histórica e folcloricamente, a arte em geral sempre fez parte do cotidiano de inúmeros comerciantes de Itabaiana e uma delas tem sido a sua capacidade de empreender e bem ganhar dinheiro. 

Francisco Tavares da Costa

Francisco Tavares da Costa

De saudosas memórias, quem não lembra as manobreiras artes palavreadas de seu Filomeno, Zequinha Sete Portas e Euclides Paes Mendonça; da simpatia de Tonho Meu Irmão, Cajusinha e Francisquinho Barbosa, do folclórico Arrojado e do artista que foi Bartolomeu Peixoto, e ainda vivo, Francisco Tavares da Costa.

Fefi, como é conhecido Francisco Tavares da Costa, um exemplo e um arquivo vivo sobre a história em foco, pois, atuando no comércio, e de um simples sapateiro, tornou-se dono de bar e enjoado dos cachaceiros, abriu o Armarinho TEM-TEM e, neste setor, foi um grande empreendedor do seu tempo, sendo o primeiro Itabaianense a por letreiro luminoso em sua casa comercial, a trazer do sul do país uma pipoqueira elétrica, a colocar um Papai Noel para animar os clientes no Natal e também, o único dono de um estabelecimento comercial a produzir, patrocinar e apresentar um show de calouros.

Torcedor histórico do ITABAIANA, foi o único dirigente a contratar craques como Leônidas, Zé Carretel e Zé de Bidó, lá de Cocorocó. Apaixonado por sua terra e por seu desenvolvimento, ajudou a implantar a Rádio Princesa da Serra e, para ver se prestava, subiu na Torre sem qualquer equipamento de segurança. Fez parte da criação da Associação Comercial de Itabaiana e, como rotariano, foi um dos sócios fundadores, sendo destes, o único ainda vivo e com 100% de presença nas reuniões.

Desde cedo, paralelo à sua atividade comercial, Fefi sempre esteve ligado as manifestações culturais e artísticas de Itabaiana. Nos Carnavais, além de ser um pé de valsa, juntamente com os demais componentes, se destacou perante a história com o Bloco Lobos do Mar, uma homenagem a Chegança Santa Cruz de Zé de Biné. Nos aspectos folclóricos, Fefi se destaca com suas fantasiosas Estórias de Trancoso e, ultimamente, mesmo com mais de 80 anos, além de continuar ativamente no seu comércio gráfico, tornou-se um assíduo leitor e intrépido participante de todos os lançamentos literários. O mais interessante é que, achando pouco, virou ator fotográfico ilustrativo no campo da literatura, como por exemplo, ter feito o papel de quatro personagens no livro PADE KIBA. Daí minha afirmação: que se juntar a saga dos comerciantes citados, a tantos outros com semelhantes características, no tocante à arte, ao comércio e a literatura, em ITABAIANA, é farinha do mesmo saco cultural.