A evolução da Cultura Literária dos últimos tempos em Itabaiana

Itabaiana, apesar de apresentar características diferentes de outros lugares, sempre teve seu lado cultural próprio, mesmo ao longo da história não tenha tido o devido desenvolvimento, exceto um caso ou outro, mas muito a quem do que somos merecedores.

A riqueza cultural Itabaianense sempre existiu, e ao mesmo tempo, se tornou invisível se compararmos a outras comunidades com as mesmas características, isso se deve a uma outra característica ou manifestação: "Dar-se valor ao que se possa tirar algum proveito, seja econômico, social ou político".

Apesar dessas idiossincrasias, a cultura Itabaianense viveu e vive na alça das migalhas e ao bel prazer de interesses alheios ao que se possa entender como desenvolvimento cultural. O pouco que ainda resta e os novos movimentos que surge, tem sido graças às idéias de uma pequena minoria e ao apoio logístico de outra pequena parte empreendedora, mas muito pouco se quisermos nos inserir de fato e de direito em algum contexto cultural.

Entretanto, em meio a tudo isso, surge no final do túnel uma luz, uma esperança alvisareira e que nos últimos anos tem feito de Itabaiana, eu não diria uma referência estadual, mas acima de tudo regional, nos destacando sobre maneira no campo da literatura.

Antigamente, publicar livros em Itabaiana e por Itabaianense, quem lembra? Exceto Vladimir Carvalho, que em 1972 iniciava com as Santas Almas de Itabaiana e outros esporadicamente, intensificando sua produção mesmo a partir da década de noventa. Antes dele e lá por volta dos anos 50, é que tivemos Lima Junior, Sebrão Sobrinho e Renato Maze Luca.

Ao entrar o novo século e com a influência da Revista Perfil, as manifestações literárias se afloraram em Itabaiana e de uma hora pra outra surgiu uma enxurrada de novos talentos no mundo das letras à publicar, não mais um livro ou outro, esporadicamente, mas vários ao mesmo tempo. Além do próprio Vladimir Carvalho, temos obras da lavra de Rivas, Baldok, Saracura, Almeida Bispo, Robério, Ismael, Inezinha, Edinalva, Jorge Pinheiro, Aelson, Marcondes, Samarone, Amorosa, Walter Noronha, Luiz Carlos Andrade etc. Até a família Peixoto escreve livros, e claro, Eu; que de vendedor de picolé, em apenas quatro anos como pesquisador, me tornei biógrafo e já vou na minha décima publicação, inclusive ousando criar obstáculos, como lançar livros as duas horas da tarde, dois de uma só vez ou até três por ano.

Isso é coisa de Itabaianense, arretado ceboleiro e se deve a uma nova concepção de pensamento, pelo menos no campo da literatura, que é sem dúvida o contexto mais rico e mais atuante da nossa cultura, tanto que a nossa Academia de Letras, provavelmente seja a mais produtiva do estado, em termos de publicações de seus integrantes.

Na verdade, foi em decorrência dessas intrínsecas ligações entre a Revista Perfil e demais meios de comunicação com os escritores Itabaianenses, que surgiu os movimentos culturais, e com eles, o maior espetáculo da terra no campo da literatura, que é a bienal do livro de Itabaiana. Temos a absoluta certeza de que ANOVA REVISTA ocupará com destaque, tanto o espaço deixado pela Perfil, quanto dará continuidade a esse importante e necessário trabalho de divulgação, resgate e valorização cultural.