No Brasil, o fato é que a maioria da população não são adeptos da leitura. Quem estuda, lê porque não tem outro jeito e, quem não estuda, nada lê porque não tem esse hábito, exceto aqueles que leem de vez em quando, mas, tão somente aquilo que não lhe tome o tempo, como se o tempo ocupado pela leitura não fosse bom. Isso é cultural do povo brasileiro, principalmente quando este se deixa influenciar por governantes corruptos, fascistas, ignorantes e descompromissados com o desenvolvimento da educação e da cultura, que ao longo da história tem prejudicado o futuro do seu país, se enraizando, essa esdrúxula excrescência, por estados e municípios. Entretanto, levando em conta aqueles que através de ideias inovadoras e revolucionárias, levantam sua voz contra esse tipo de coisa, entendemos que nem tudo está perdido.
Pois bem. Em uma certa biblioteca paulista, o seu bibliotecário, como sempre, cochilava em seu posto de trabalho, visto que há horas, dias, semanas, ou melhor, há tempos que não chegava uma viva alma lhe solicitando algo para ler. De repente chega um sujeito meio apressado e falando rápido como se fosse nordestino, o que de fato, era, solicitando três livros, periódicos de jornais e mais outras publicações. O bibliotecário, assustado com todo aquele interesse pela leitura, perguntou.
-O moço é de onde?
-De Sergipe. Mais de perto da cidade de Itabaiana.
-Nossa, não sabia que os sergipanos gostassem tanto de ler.
-Gostam sim. Principalmente o povo de Itabaiana.
-E onde é que fica mesmo essa tal de Itabaiana.
-Em Sergipe, claro. Se localiza entre dezenas de serras. Lá, o povo trabalha, empreende, se diverte e lê. Mas lê muito. - Já ouvi falar alguma coisa sobre essa Itabaiana, mas nunca pensei que fosse assim, tão…
-Mas é. Lá, é o único lugar no estado a se realizar uma Bienal de Livro.
-E lá se consegue apoio junto aos poderes públicos e a iniciativa privada para toda essa avalanche cultural?
-Sim. Em Itabaiana, apesar de ter os ignorantes, existentes em toda parte do mundo; quando se fala em cultura, arte e literatura, todo mundo colabora. Prefeito, Vereadores, Deputados, Senadores e até Governadores, estando no mandato, ou não. Veja essa fotografia do lançamento de um livro. Esse é o prefeito, esse é o vice. Esses dois aqui conversando são deputados e aquela se pronunciando, também é deputada. Aqueles dois são ex-deputados e aqueles três já foram candidatos. Não sei, a que. Mas já foram.
-E qual a participação dos meios de comunicação e da iniciativa privada no incentivo à cultura e à literatura?
-Todos os meios de comunicação fazem um importante papel na divulgação e difusão dos eventos. Com relação à iniciativa privada, Comerciantes, Industriais, Profissionais Liberais e Prestadores de Serviços, responsáveis direto pelo desenvolvimento econômico e social do nosso município, são esses empreendedores que, além de gerar divisas, emprego e renda, também desenvolvem um belíssimo trabalho social e cultural. Sem este setor, praticamente nada existiria em nosso município.
-Eles patrocinam os eventos? Como é?
-Além de patrocinadores, participam ativamente de todos os eventos etc. Adquirem livros para si, para presentear amigos, ou doar para as bibliotecas públicas.
-E quem são essas pessoas?
-Bom. Se eu for aqui relacionar seus nomes, o resto do dia não dá. Como eu tenho que ler esses livros e esses jornais ainda hoje, posso adiantar que todas as autoridades políticas, jurídicas, policiais, funcionários públicos, profissionais liberais e, principalmente os empreendedores da indústria e do comércio, participam dessa evolução lítero-cultural.
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