Como funciona esse método de ensino? Há vantagens? Há desvantagens?
O ensino híbrido (conhecido como blended learnig) é uma metodologia que tem como principal objetivo unir elementos presenciais e online - modo pelo qual o estudante tem acesso ao conteúdo e atividades escolares direta ou remotamente por meio de um computador conectado à internet. Dessa forma, o aluno volta para a sala de aula, o que sabemos ser fundamental para o desenvolvimento do aprendizado, principalmente nas fases iniciais de ensino, mas continuará também com as aulas online.
Aqueles que defendem o ensino híbrido alegam que um dos benefícios é que, nesse método, os alunos são os maiores protagonistas no seu processo de aprendizagem, o que configura esse modelo como uma metodologia ativa. Porém, quando estamos falando de educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, fica evidente que o aluno, nesse período, necessita de um acompanhamento presencial, pois não é somente o fato de a aula ser online que o permite ser protagonista, mas, sim, o fato de ser mediado, de ser acompanhado, respeitando a zona de desenvolvimento proximal de cada um, é que o torna atuante no processo de ensino aprendizagem. Isso só é possível e exequível com eficiência e eficácia no espaço da sala de aula, na interação com professores, colegas de classe e objetos de conhecimentos das áreas de ensino e demais aspectos relacionados ao espaço escolar.
Nesse novo método de ensino, podemos elencar um único benefício: desenvolve novas aptidões e conhecimentos relacionados com as tecnologias, como o domínio de programas e plataformas adaptadas ao ensino. Por outro lado, as desvantagens de seu uso na Educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental são evidentes, dentre as quais destacam-se: dificuldades em dominar as ferramentas, o que pode comprometer a aprendizagem; necessidade de recursos específicos: computador e internet; dificuldade da família de estabelecer uma rotina escolar, pois a criança partilha o mesmo espaço da casa no momento da aula online, o que compromete sua atenção e concentração; dificuldades extras nas sessões remotas, por exemplo, no esclarecimento de dúvidas ou realização de exercícios; falta de interação com os colegas, um fator de suma importância não só para a aprendizagem, mas para o desenvolvimento pessoal e social dos estudantes, nesse caso, em qualquer faixa etária em nível de ensino básico; a imensa quantidade de distratores externos propiciados pelos aparelhos eletrônicos; possibilidade de desinteresse por parte de alguns alunos, durante as sessões à distância, principalmente da educação infantil e séries iniciais.
Portanto, fiquemos atentos para que o ensino híbrido não se torne uma realidade na nossa sociedade, pois as crianças se desenvolvem de forma considerável, tanto no aspecto cognitivo quanto no afetivo e social, na interação com os professores, os colegas de sala, com a rotina escolar diária, afinal, todo ser humano precisa de um ritmo, ou seja, de uma rotina e nada melhor que o dia a dia de sala de aula para isso.