A pandemia, o poder público, o comércio e o povo

        A pandemia corona-virulenta está aí, vitimando impiedosamente, principalmente aqueles que estão inseridos nos chamados grupos de risco: idosos, doentes e os que não se previnem. Os meios de comunicação, cada qual, dentro da sua forma fisiológica de informar, têm feito a sua parte, mostrando como lidar com o problema, o que fazer e divulgando os dados estatísticos, embora, uns com sensacionalismo, e outros omitindo a verdade.

        Em casos de pandemia, cabe aos poderes públicos ou aos órgãos responsáveis pela condução da saúde pública, apresentar e oferecer a população, os meios necessários para combatê-la. Mas aqui no Brasil, as ações dos poderes públicos se dividem em três objetivos. Uns, de algum modo, têm procurado seguir as determinações da OMS, mas não o suficiente para debelar o problema como deveria. Outros, por conta da própria ignorância e mediocridade, zombam do problema e deixam a população à beira do abismo, numa demonstração clara de incompetência e menosprezo pelo ser humano. E há os corruptos. Aqueles que se utilizam do sofrimento alheio para roubar os recursos da saúde, escondidos nas cuecas ou nos baixos sanitários, como queiram.

        Diante de tal situação, há duas classes que sofrem mais que todas. O povo, de modo geral, principalmente os trabalhadores que perderam seus postos de trabalho por conta da pandemia e, a classe empreendedora, formada pelo comércio, indústria, prestadores de serviços etc, responsáveis direto pela geração de divisas, emprego e renda, sendo estes os mais prejudicados, pois com o povo desempregado, ninguém vende e ninguém compra. Com isso, enquanto uns fecham suas portas comerciais, outros passam necessidades. Na contramão da história, os poderes públicos não param de arrecadar impostos, taxas e outros tributos, sendo, parte destes, na maioria das vezes, roubados, como estamos acostumados a ver. Isso é o Brasil administrativamente falando, onde a corrupção, que sempre foi uma tradição, continua cada vez mais forte e agora, com vários ingredientes a mais: o fascismo, o preconceito, o desmonte cultutal e educacional, a violência e a destruição ambiental. De governo a governo e do passado ao presente, nada mudou, a não ser o nome dos ladrões, a forma de roubar e o lugar de esconder o fruto do roubo, que, se antes era na parte dianteira, agora é na traseira.

        Em Itabaiana, a cidade que tem o comércio mais dinâmico e o povo mais empreendedor do mundo, apesar das centenas de vítimas entre acometidos, mortos e, na dúvida ou expectativa de uma segunda onda; se inicia a nossa recuperação econômica, graças à coragem e à determinação dos nossos empreendedores, que,  como são pioneiros por natureza, não param de se reinventar, apostar em novas formas e recuperar o tempo perdido, por conta própria.

        A pergunta que eu faço, é: neste momento de recomeço por parte do setor produtivo: indústria, comércio, agricultura, pecuária e serviços, que é quem mais gera divisas, emprego e renda em Itabaiana? Qual será o papel ou a participação dos poderes públicos? Vão reduzir ou até isentar taxas e impostos? Vão oferecer incentivos fiscais para que os empreendedores possam recomeçar suas atividades? Vão criar algum mecanismo para inserir nossas atividades comerciais ao mercado consumidor nacional e internacional? Ou vão continuar fazendo o que sempre fizeram, imperdoáveis e indiferentes ao sofrimento alheio e massacrando o povo com suas altíssimas taxas de impostos? Com as respostas, quem de dever!!!