Acertar e errar, faz parte


    Um professor escreveu no quadro: 9x1 = 09, 9x2 = 17, 9x3 = 27...         


    Surpresa! O que houve? O “profe” endoidou? Desaprendeu, foi? Na sala não faltou risos e adjetivos maldosos, piadinhas, pelo gravíssimo e imperdoável erro 9x2=17. Profe burro! 9x2=18. Todos riram do professor. Ele esperou a algazarra acabar e, perguntou.         


    - O que houve? Qual foi a graça?         


    Todos, com sorrisos vitoriosos nos rostos, responderam: está errado, 9x2 é igual a 18 e, não, =17, como o colocado. Foi aí que ele deu a explicação:         


    - É assim que todos nós somos vistos no mundo, quando, por acaso erramos algo. Não importa uma vida toda de acerto. Basta errar uma vezinha só.         


    Errei de propósito para chamar a atenção de vocês como o mundo se comporta diante dos erros que a todo momento cometemos. Neste caso, ninguém viu, ninguém elogiou, ninguém, sequer comentou os 99% (noventa e nove por cento) de acertos que estava na proposição. Porém, facilmente, vislumbraram, de imediato o 1% (hum por cento), de erro. (Adaptado de uma mensagem recebida pela internet, desconheço o autor)         


    Quis mostrar esta historinha para poder falar sobre o cuidado que nós, pais, professores e educadores, devemos ter para com os nossos filhos, alunos, estudantes e educandos.         


    Todas as ações de boa vontade, executadas por eles, deverão ser, antes de tudo, incentivadas, elogiadas e validadas, pois a virtude está no ato de fazer, de tentar e, não no de acertar ou errar.         


    Ninguém pode ser, de pronto, contra o erro praticado na busca de acertar. Quem critica o erro, neste caso, vai inexoravelmente impedir, também, o acerto. Pois inibe a tentativa do fazer.         


    Na verdade, só aprendemos com os erros. Quando acertamos, já damos o passo na dimensão certa, não evoluímos.


    Mas, é quando erramos que somos levados ao esforço para fazer certo dar um passo a mais, fazer com mais cuidado da próxima vez. Em suma, somente errando é que podemos melhorar. Mas, se houver a crítica, resistimos até em repetir o que foi tentado. Quer dizer, a crítica elimina a tentativa do acerto e mata a criatividade, a invenção e a inovação.         


    Fico aqui, pensando no caso de nossos alunos quando, mesmo sem querer, são punidos com uma nota baixa, esta nota vai para o boletim, outra punição. Ao final este registro se presta para a aprovação ou para a sua reprovação que é mais uma punição. Porém mais torturante ainda, é que esta notícia é comunicada a seus pais ou responsáveis, através de extrato de suas notas do período. Neste momento, como se diz na gíria, “a casa caiu”.         


    O pai ou responsável, ao receber aquele libelo acusatório do crime de não saber o que foi perguntado e sem querer apurar a causa que deu origem ao delito, fixa-se naquilo que o filho  queria que ele nunca tomasse conhecimento, a tal da nota baixa, que vem em vermelho. Pense na tortura. Pense no estrago!         


    Fica, aqui a dica. Tenhamos parcimônia com as críticas. Sejamos mais pródigos na validação. Ninguém gosta de ser criticado. Sim, não há crítica construtiva. Toda critica é destrutiva. O que constrói é o elogio, o incentivo a validação, a ajuda, a amabilidade, a compreensão. Pense nisso, seja um criador de pontes, um juntador de pontas, um abridor de portas e, não somente, um construtor de muros.