Dois Davis, um diagnóstico: Síndrome de Down. A forma de agir/intervir é a mesma?



        21 de março: data escolhida para homenagear as pessoas que nascem com a Síndrome de Down (SD). A escolha dessa data não foi aleatória, pois faz alusão aos três (03) cromossomos no par número 21, característico das pessoas com síndrome e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre inclusão e promover discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com SD. No intuito de promover a inclusão da pessoa com SD e dar-lhe visibilidade social, é preciso que as instituições (família, escola entre outras) considerem a criança/pessoa/sujeito com suas peculiaridades e singularidades antes de um diagnóstico, pois mesmo com diagnóstico idêntico, cada criança é única e, para além da deficiência, guarda características próprias.


       Davi J., 09 anos. Davi M., 06 anos. Duas crianças. Um diagnóstico: Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21 (presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo). De acordo com as Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down, do Ministério da Saúde (Brasil, 2012, p 09), “a Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma condição humana geneticamente determinada, é a alteração cromossômica (cromossomopatia) mais comum em humanos é a principal causa de deficiência intelectual na população”. Ainda segundo o documento (Brasil, 2012, p 09), “a SD é um modo de estar no mundo que demonstra a diversidade humana. A presença do cromossomo 21 extra na constituição genética determina características físicas específicas e atraso no desenvolvimento”.

intelectual na população”. Ainda segundo o documento (Brasil, 2012, p 09), “a SD é um modo de estar no mundo que demonstra a diversidade humana. A presença do cromossomo 21 extra na constituição genética determina características físicas específicas e atraso no desenvolvimento”.

        Devido a esse cromossomo extra, constatam-se alguns prejuízos no desenvolvimento do cérebro que são associados a déficits cognitivos e a alterações comportamentais posteriores. Emerge aqui a importância do diagnóstico precoce e da intervenção da equipe multidisciplinar (terapeuta ocupacional, psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo) para estimular, desenvolver e potencializar as habilidades da pessoa com Down o que trará como consequência uma maior autonomia e qualidade de vida para ela.

        Aspectos genéticos individuais, intercorrências clínicas, nutrição, estimulação, educação, contexto familiar, social e meio ambiente são determinantes para as diferenças tanto de aspecto físico quanto de desenvolvimento entre as pessoas com SD. Por isso,  a abordagem e a intervenção pedagógica, psicopedagógica e multiprofissional com os dois Davis jamais serão as mesmas, porque cada um é único, traz uma história única, diferenciada, singular, desde o que carregam de seus genitores ao contexto familiar, social, econômico, o que lhes permite desenvolver em tempos diferentes determinadas habilidades.

        Assim, leva-se em consideração o sujeito/pessoa para intervir de forma individualizada ao dar o suporte adequado de acordo com o perfil de potencialidades e dificuldades cognitivas. Para tal, o papel da escola é fundamental, especialmente na adaptação do conteúdo de acordo com o nível da criança, oferecendo apoio físico ou visual quando necessário. É imprescindível que o professor fragmente o conteúdo que vai ser trabalhado com esse aluno, trabalhando um tópico de cada vez para facilitar a acomodação do conteúdo, sempre utilizando uma linguagem simples e clara, repetindo sempre o que é ensinado. Outra orientação importante para o professor é que use e abuse do recurso concreto, exigindo menos do raciocínio abstrato e da capacidade de inferência.

        Portanto, pessoas diferentes que apresentam um mesmo diagnóstico de SD devem ser consideradas em sua singularidade para que possam aprender de forma eficaz. Dessa forma, a criança com Síndrome de Down aprende, e, principalmente, torna-se produtiva na escola, desde que suas particularidades sejam respeitadas, suas dificuldades mediadas e seu diagnóstico respeitado.