Cuide de sua marca

     Quer seja numa vereda de barro ou na dureza do asfalto, nossas pegadas ficam, sinais marcantes de nossa passagem.

     COMO SABEMOS, a seta do tempo só aponta para frente e é nessa direção que todos seguimos, rumo ao infinito. A vida vai, mas nossas pegadas ficam.  Elas são as marcas que nos acompanham e que, às vezes, nos superam, identificando sempre a nossa passagem, ultrapassando a nossa existência, pontuando a nossa trajetória, o nosso nome, nossas ações e as nossas atitudes. Elas são permanentes, nós não. Todos passaremos e elas remanescerão no repositório do passado a guiar ou atrapalhar o presente e abalizar o futuro. Sobretudo, dos que nos sucedem.      

     Dar passos em boa direção, deixar boas pegadas, marcar com amor a passagem por essa vida é, sem dúvida, o ideal de felicidade e realização do ser humano. Os que assim agem são os bons. E serão sempre lembrados, repetidos e copiados com deferências e carinho. Mas, infelizmente, também existem e existirão aqueles que teimam em pontear a sua trajetória com rastros enviesados, marcas ruins, lições a serem evitadas. Caminham no contra fluxo do bem e do bom. Pessoas que se sentem felizes em ser exemplos ruins. As suas marcas também ficam, lamentavelmente, mas nunca deveriam ser seguidas.      

     Tivemos, recentemente, no nosso futebol, amostragens clássicas de exemplos e anti exemplos: Um grande jogador, que, graças ao seu talento, passou pelos maiores clubes europeus e, de volta ao Brasil, fazia parte da elite dos times deste país, no entanto, deu tantos pisões em falso, que, em pouco tempo, desconstruiu a sua marca e, para sobreviver pegou, de última hora, carona no primeiro time que apareceu para salvaguardar a sua subsistência como atleta, um clube bem mais modesto, descendo, assim, a ladeira do sucesso construído. Outro, porém, de origem estrangeira, já com uma idade bem acima da média, por ter construído uma boa marca, foi contratado por um grande clube brasileiro e, até mesmo antes de jogar, já era considerado  um ídolo, não somente por seu talento, mas, especialmente, por coisas simples como: sorrir sempre, não ser insubordinado, não ser afeito bebedeiras e baladas inconsequentes, por ser disciplinado e respeitoso com os colegas, adversários, dirigentes, torcedores, árbitros... Este sim, é o atleta que todo clube gostaria de ter no seu plantel. Você mesmo, se técnico fosse, qual desses dois atletas você escolheria? Aquele turrão, descomprometido, afeito a brigas e confusões, contumaz em faltar aos treinos, desobediente com a dieta esportiva, com a disciplina e falastrão, que diz o que vem à cabeça sem usar o filtro do bom senso e da educação, se acha, enfim, o melhor do mundo e, acredita que esta fase nunca passa? Ou aquele que, também de idade já um pouco além do normal para o esporte, é um ponto de equilíbrio dentro do time, que não ingere certos alimentos para não interferir no seu peso e, no seu desempenho, é modesto e sereno em suas declarações, valoriza e não se sente diminuído em elogiar seus companheiros, treinador e a equipe?      

     A escolha é sua. Entretanto, não tenho dúvidas, a sua escolha será por aquele que agregue paz, amor, humildade e, comprometimento. É este o caminhante que todos queremos.      

  Quer seja no futebol ou no casamento, no trabalho ou no governo, seja qual for a função/profissão ou a profissão/função optaremos aqueles que deixam por onde passam boas pegadas, boas marcas, semeiam boas sementes. Estes sempre terão vaga e serão valorizados.

PENSE ASSIM, DÊ PASSOS FIRMES, DEIXE BOAS MARCAS E SEJA FELIZ.