O que é a felicidade?

“Existe aquilo que você deseja e aquilo que você precisa.

O que você deseja é você quem decide. O que você precisa é a vida que decide.

Felicidade é a harmonia daquilo que você quer com aquilo que você precisa”. - Saulo Fong

        Tudo vai depender do tamanho e da intensidade da sua busca, do seu esforço e da sua boa vontade. De fato, a felicidade é sempre um sonho, no dizer do filósofo Clóvis de Barros. Para ele a felicidade: “é a pretensão ilusória de converter um instante de alegria em eternidade”. O que podemos concluir, pelo que diz o mestre, é que a felicidade é construída por retalhos de momentos que se sucedem rumo ao infinito: a felicidade de estudar reside em concluir um bom curso, que é a possibilidade de, melhor qualificado, poder arranjar um bom emprego; a felicidade do bom emprego é receber um bom salário; a felicidade de receber um bom salário é poder realizar várias vontades e, assim, em infinitas buscas, vai acontecendo a tão sonhada e desejada satisfação. O que fica claro é que felicidade é, basicamente, realização. E “realizar”, ao que parece, seria a palavra que melhor definiria esses momentos episódicos de felicidade.

        Na verdade, só somos felizes quando realizamos ou nos realizamos com algo. Podemos verificar esta verdade quando certas pessoas depositam todas as suas expectativas de felicidade no bem material, no dinheiro, no poder, no vício, no jogo, no ócio improdutivo, na preguiça ou noutra forma ardilosa de ser.

        Muito cedo vão constatar que aquilo que pensavam ser o caminho certo para felicidade é, na verdade, uma estrada larga para a infelicidade. Ou seja, até certo ponto, enquanto aquilo realizava sonhos e satisfazia vontades era muito importante, todavia, quando ultrapassou a fase lúdica da satisfação e sobra, transforma-se, às vezes, em problemas a administrar, quase sempre com muito embaraço.

       Estamos cheios de exemplos: casas grandes e famílias pequenas; carros que podem quase voar a 300 km/h; porém, só é permitido, no máximo 100km/h; pessoas que têm 300 pares de sapatos e, apenas, dois pés; outros roubam dinheiro que da para custear 50 existências. Mas, estão conscientes de que, por mais que queiram, só vão viver uma.

        A felicidade, como afirma Padre Fábio de Melo, nem sempre está representada pelo valor e quantidade das coisas, e sim pelos seus “significados”. Pude verificar esta verdade por ocasião da premiação do Concurso Literário da Loja Maçônica Cotinguiba. Por exemplo, os melhores classificados - primeiros, segundos e terceiros lugares - sempre receberam excelentes prêmios: computador, tablets e iPhones ou smartphones. É claro que ficaram felizes com os prêmios. Perguntei-lhes, a cada um em separado, o que mais o satisfazia: o prêmio ou a participação como escritor no livro. A segunda opção ganhou em disparada. Todos responderam que ter seu texto publicado representava muito mais do que o prêmio recebido.

        O homem verdadeiramente feliz é aquele que se satisfaz com o pouco e louva a Deus por aquilo. No livro Joaquim Bento, o Poeta, de Souza Lima, tem uma poeminha sem autor definido que retrata bem esta situação. Perguntaram ao poeta, ao que parece também pescador, o que era felicidade, e ele respondeu: “Felicidade é uma canoa no rio, Duas sardinhas na brasa, Uma proteção para o frio E uma mulher em casa”.

Simples assim! Pense nisso e seja.