Gal Costa - A pele do futuro
Em seu 40º álbum, a diva da música brasileira cai na pista de dança. “A pele do futuro” reascende a aura da disco music dos anos 1970, trazendo canções dançantes mas com letras intensas que refletem a maturidade e a experiência da cantora que nunca teve medo de ser pop e reafirma isso mais uma vez com maestria. É o que fica evidente por exemplo no primeiro single do albúm, “sublime”, de Dani Black, onde Gal é doce e forte ao mesmo tempo. “Cuidando de longe” é um hit sofrência trazido por Marília Mendonça que divide os vocais com Gal trazendo um delicioso contraste entre o grave e o agudo de ambas. “Viagem passageira” de Gilberto Gil é mais reflexiva falando do amor e do tempo de uma forma poética. Outro destaque também é a parceira de Gal com a amiga Maria Bethânia na poderosa “Minha mãe”, de César Lacerda e Jorge Mautner, uma homenagem a Dona Canô e Mariah Costa Penna, mães das duas intérpretes. A pele do futuro é mais uma obra prima de Gal Costa que, aos 73 anos, continua a todo vapor.
Titãs - Doze Flores Amarelas, A ópera Rock
Depois de uma consagrada trajetória de mais de 30 anos, os titãs ainda sabem ousar e dar um frescor ao cenário morno do rock nacional dos últimos anos. Embarcar na empreitada de uma opera rock não é pra qualquer banda, e a banda veterana não faz por menos. “12 Flores amarelas” é um trabalho ousado e provocador, as 29 canções divididas em três atos contam a história de 3 meninas adolescentes que vão a uma festa de faculdade e são violentadas sexualmente, um acontecimento que traz vários desdobramentos na vida delas ao longo do tempo. A trama traz uma discussão sobre machismo, juventude, drogas, vingança e para isso a banda em nova formação depois da saída de Paulo Miklos e a entrada do guitarrista Beto Lee e o baterista Mario Fabre contou com a participação das cantoras e atrizes Corina Sabba, Cyntia Mendes e Yás Werneck, que representam as três Marias da história, além da luxuosa narração de Rita lee e a colaboração de Marcelo Rubens Paiva e do dramaturgo Hugo Possolo que assina a direção com Otávio Juliano. Entre as canções destacam-se “Disney Drugs’, a Irônica “Me Estuprem”, a Poética “Eu sou Maria”, a titular “Doze Flores Amarelas” e “Pacto de Sangue”.